quinta-feira, setembro 30, 2010

Coração@Desafios das Juventudes



Pensar em desafios comuns para a juventude do Brasil é algo praticamente impossível pela variedade de tribos, perfis, os quais carregam consigo objetivos distintos, gerados pelas suas próprias culturas e tradições.Tenho buscado do Espírito alguns insights sobre os sonhos dele para juventude, talvez eu diga aqui algo que “tenha a ver”, que faça sentido em sua vida dentro do seu contexto.
Esta semana um amigo me telefonou: “Cara, hoje eu acordei atrasado para o trabalho, não tive tempo nem de comer. Tenho prova a noite na “facul” e vou direto, não vai dar tempo de passar em casa.” Neste contexto urbano é possível se ter tempo para Deus e para suprir uma Espiritualidade sadia? Se disser para alguns “daqueles” com quem ando para olharem os lírios do campo, com certeza me diriam: “que horas eu paro prá ver?”
Um dos desafios da juventude é viver nas cidades fazendo com que seus corações ainda permaneçam no Jardim. Nutrir uma espiritualidade sadia não está relacionado ao peso de uma tradição que te obrigue a ler um capítulo da bíblia todos os dias e sim a pertencimento e a pré-disposição em manter com Deus um relacionamento. Quando existe esta consciência, este relacionamento pode ser suprido no ônibus a caminho do “trampo”, em casa na frente do “micro” ou em qualquer lugar. Não é ir ao culto no domingo, mas resgatar o conceito bíblico que o culto é todo tempo e em todo lugar.
Ainda, nutrir uma espiritualidade sadia em meio a um mundo em que tudo é “Fast”, a tendência é que queiramos que tudo na vida se desenrole assim. Afinal, a “Food” é “Fast”, e já não é de hoje que o “miojo” fica pronto em três minutos, a internet é rápida, e a banda é larga. Os relacionamentos se tornam superficiais. “Se alguém vê, já não espera”. Já dizia um pastor amigo: “nada sagrado pode ser fast”.
Outro insight é viver o evangelho “encarnacional” em meio a uma sociedade competitiva e individualista. Dizer não a nós mesmos para nos tornarmos como Jesus, sendo capazes de aceitar as diferenças do outro e de nos submetermos ao próximo em amor. Abrir mão de si em favor do outro é um desfio que contraria a sociedade pós-moderna e seus valores.
O maior dos desafios é entregar completamente a vida em favor do Reino de Deus e da Missão. Re-significar um antigo conceito de “carregar a cruz” e nos lembrar que isso não está relacionado ao fardo de um namorado ou uma família os quais chamamos de cruz. Saber que “a missão não faz parte da minha vida, a missão é a minha vida”, o que se desdobra em uma entrega total do que temos e o que somos. Eu não tenho uma missão, a missão é que me têm.
Salvação não é um simples lugar para onde vamos quando morrermos. Ela é a total re-orientação da vida de um indivíduo e de uma comunidade. Jesus diz: “A vida eterna é essa, que te conheçam a Ti o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem tu enviaste.” Salvação é conhecer a Deus e a partir disso re-significarmos nossa vida. A salvação em Cristo nos lança ao Pai e nos torna gente como o Filho, capazes de amar e de nos doarmos ao outro. A salvação em Cristo é capaz de nos salvar de nós mesmos, de nossa ignorância, e de nosso egoísmo. O nosso maior desafio, ainda é abrirmos mão de nós mesmos por amor a Jesus, seu evangelho, e a partir disso vivermos uma vida com um significado maior do que o simples acumulo de bens. Isso é vida eterna hoje.

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